Alerta para pais e mães de bebês com cabeça “amassadinha”

Dra Eugenia Almeida • 24 de janeiro de 2022

Se você tem um bebê e enxerga algum "achatadinho" na cabeça dele(a), leia este texto.

Como você se sentiria se o seu filho tivesse um problema de saúde que poderia ter sido evitado com apenas 5 sessões de um tratamento indolor, realizado com técnicas manuais super delicadas para a criança?


Pois bem, diariamente atendo mães de crianças com assimetria craniana que não foi tratada, porque ouviu falar que o “amassadinho” na cabeça voltava sozinho com o tempo…

Só que depois de 1 ano, a criança está com assimetria de face e o tratamento com a osteopatia pediátrica já não é tão eficaz.


Entenda:


Os ossos do crânio do bebê são moles e separados até o sexto mês de vida. Após esse período, os ossos já estão bem mais rígidos e muito menos separados.


Nos casos de plagiocefalia, braquicefalia ou escafocefalia (tipos de assimetria craniana) o osteopata pediátrico vai utilizar técnicas de manipulação do crânio do bebê (técnicas muito sutis e completamente indolores) que só têm um ótimo resultado por conta dessa mobilidade dos ossos do crânio.


E, não é verdade que toda assimetria craniana volta sozinha com o tempo.


Existem graus de severidade dessas assimetrias que precisam ser avaliadas, inclusive com um instrumento que nos mostra em números o nível da deformidade do crânio, para se poder dizer se precisa ser tratado ou não.


Ou seja, nós não podemos admitir que uma criança sofra com problemas de desenvolvimento motor ou de assimetria de face — que gera um desconforto estético e também pode gerar mordida cruzada, por exemplo — pela desinformação das pessoas. Ou pior, por informações incorretas.


Alerta feito.


Vamos entender um pouco mais sobre estas assimetrias e como preveni-las.



De onde vêm as assimetrias cranianas nos bebês?

As assimetrias cranianas podem ter origem na vida intrauterina, durante o parto ou depois do nascimento do bebê.


As assimetrias presentes no momento do nascimento podem ter como causa posicionamentos mantidos do bebê dentro do útero, associado ou não a pouco espaço para expansão do útero — acontece quando há uma desproporção entre o tamanho do bebê e o porte físico da mãe.


Podem ser influenciadas também por um problema na pelve materna ao que chamamos torção, onde os ossos  giram em um só sentido fazendo com que a cabeça do bebê tenha que se adaptar a essa torção.


Já no parto, as assimetrias acontecem por sobreposição dos ossos do crânio do bebê ao passar pelo canal do parto.

Em ocasiões onde foi preciso o uso de ocitocina, as contrações são mais fortes que as normais, aumentando a pressão sobre a cabeça do bebê contra a pelve da mãe.


Depois que o bebê nasce, geralmente, observamos que o torcicolo está por trás de uma cabecinha que vai ficando gradualmente amassada.

Um bebê deveria girar a cabeça com a mesma facilidade para ambos lados por volta das 12 semanas de vida. A mobilidade se vê prejudicada diante da presença de disfunções cervicais ou cranianas.

Podemos observar isso quando o bebe tem preferência em ficar deitado olhando para um só lado ou tem preferência por mamar em um seio e no outro reclama.


Devemos estar atentos a estes sinais  e procurar uma avaliação por um osteopata pediátrico.


Os problemas de amassamento também podem estar relacionados a um  manuseio inadequado, ou má posição da criança, como acontece no bebê conforto, porque a coluna cervical do bebê é sensível a posições de inclinação e rotação mantidas por longos períodos como, por exemplo, viagens.


Devemos sempre evitar as posturas assimétricas mantidas nos bebês e sempre observar aquelas posturas que o bebê não suporta, ou reclama, porque ali certamente há uma disfunção a ser tratada.


“Sling” por períodos prolongados, pode ser particularmente estressante para a região cervical superior.


Colocar a criança de forma que ela fique montada em um lado da pelve é bastante comum para liberar o braço da mamãe ou do papai do outro lado.



Esta posição por um longo tempo pode reforçar a torção pélvica ou uma outra assimetria espinhal, ou craniana.


Prevenção

Mamar nos dois peitos é realizado de forma espontânea. É tranquila para os bebês, além de ser importante para evitar posturas assimétricas de rotação da cervical para um único lado.


Quando o bebê toma mamadeira, o importante é também essa troca de lado para estimular o reflexo orofacial e evitar também posturas assimétricas de rotação para um único lado.


Trocar a posição do bebê no berço, a cabeça para os pés com frequência;



Trocar de lugar os brinquedos que ficam pendurados sobre o berço, hora de um lado, hora de outro.


Por que os olhos do meu bebe são diferentes?

Os olhos nos mostram como estão organizados os ossos do crânio do bebê, e por isso são um  lugar de avaliação durante a consulta de osteopatia.


Se eles estão simétricos, indica que os ossos do crânio estão bem organizados.


Se estão assimétricos é porque existe algum desalinhamento em alguma parte do crânio. Nesta situação, usamos técnicas manuais extremamente suaves para mobilizar os ossos.


Para reforçar:


As assimetrias são muito comuns, mas não são normais e não se corrigem sozinhas.


Existe um tempo, considerado uma janela de oportunidade para fazer com que as assimetrias diminuam. Até os 6 meses do bebê, geralmente, obtemos os melhores resultados.


Esperar que o tempo passe sem fazer nada só vai agravar — a medida que o crânio e face crescem, a assimetria fica mais aparente.


As consequências ao nível ocular podem ser muitas. Desde estrabismo, dificuldade de convergir os olhos, obstrução do canal lacrimal entre outros.


Por fim, é extremamente importante avaliar qualquer deformidade, “amassadinho” ou “achatado” na cabeça do bebê, por menor que seja para que no futuro não sofra com o arrependimento de ter tido a oportunidade de tratá-lo e não o fez.



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